A FUGA DA SAGRADA FAMÍLA PARA O EGITO E A SUA VOLTA


03/01/2010 – 2° Domingo Depois do Natal

São Mateus 2: 13-15, 19-23

Meus irmãos e minhas irmãs o Evangelho de hoje nos mostra dois momentos vividos pela sagrada família: A fulga da Sagrada família para o Egito e a Sagrada Família se estabelecendo em Nazaré.

Desde a sua infância, a ameaça de morte pairava sobre Jesus. Aparentemente, Ele nasceu para morrer, mas somente na hora designada. Todo aquele que anda na vontade de Deus é imortal até que seu trabalho esteja completo. Um Anjo do Senhor avisou a São José, em sonho, para fugir para o Egito com sua família. Herodes estava preparado para embarcar na sua missão de “procura e destruição”. A família se tornou refugiada da ira de Herodes. O texto sagrado não nos diz quanto tempo a São José, Maria e Jesus ficaram no Egito, mas sabemos que com a morte de Herodes o caminho estava livre para o reaparecimento de Jesus.

Assim, outra professia do Antigo Testamento se revestiu de novo significado. Deus disse por intermédio do profeta Oséias: “Do Egito chamei o meu Filho” (Os 11:1). No sentido original, essa passagem referia-se à libertação de Israel do Egito no tempo do êxodo. Mas a declaração pode ter sentido duplo: a história do Messias faria um paralelo bem próximo à história de Israel. A profecia foi cumprida no retorno de Cristo do Egito a Israel.

Quando o Senhor voltar a reinar em retidão, o Egito será um dos países que compartilharão das bênçãos do milênio (Is 19: 21-25; Sf 3: 9-10; Sl 68: 31). Porque aquela nação, tradicional inimiga de Israel, seria tão favorecida? Poderia ser uma prova da gratidão divina pelo refúgio gratuito ao Senhor Jesus Cristo?

Após a morte de Herodes, um ajo do Senhor garantiu a São José que agora já era seguro retornar para Israel. Quando ele chegou, descobriu, porém, que Arquelau, filho de Herodes, reinava em lugar de seu pai como rei da Judéia. São José ficou com medo de aventurar-se nessa região. Assim, após seus temores serem confirmados por uma advertência divina mediante um sonho, ele viajou rumo ao norte para as regiões da Galiléia e se estabeleceu em Nazarè.

Pela quarta vez nesse capítulo, São Mateus alerta de que essa profecia fora cumprida. Ele não menciona o nome de nenhum dos profetas, mas diz que os profetas haviam predito que Jesus seria chamado Nazareno. Nenhum versículo do Antigo Testamentodiz isso diretamente. Muitos estudiosos sugerem que São Mateus está fazendo referência a Isaías 11:1 que nos diz o seguinte: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo”. A palavra hebraica traduzida “tronco” segundo o Comentário Bíblico Popular é netzer, mas a comparação parece remota. Uma explicação mais provável é que “nazareno” é usado para descrever qualquer pessoa que morou em Nazaré, cidade vista com desprezo pelo resto do povo. Natanael expressa isso com sua pergunta proverbial: “ De Nazré pode sair alguma cisa boa?” (Jo 1: 46). O desprezo amontoado sobre essa cidade “sem importância” recaiu também sobre seus habitantes. Assim quando o versículo 23 diz que Ele será chamado Nazareno, significa que seria tratado co m desprezo. Embora não achemos nenhuma profecia de que Jesus seria chamado nazareno, podemos achar uma que diz que ele seia “desprezado e o mais rejeitado entre os homens” (Is 53: 3). Outo diz que ele seria um verme e não um homem, e seria opróbio dos homens e desprezado do povo (Sl 22: 6) portanto, enquanto os profetas não usaram as palavras exatas, esse era incontestávelmente o espírito de vária profecias.

É surpreendente que quando Deus poderoso veio à Terra, a ele foi dado um apelido de insulto. Os que seguem a Cristo são privilegiados por compartilhar o seu insulto (Hb 13: 13).

Paz e Bem

Sem. Bruno Leandro

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