PORQUE NÃO FALAMOS EM LÍNGUAS?


Dr. Jay E. Adams

A resposta? Simplesmente esta: Nós não falamos em línguas porque não é bíblico assim fazer.

"Mas, no Novo Testamento as pessoas não falavam em línguas? Isto não faz dela uma prática bíblica?"

Não. Algumas coisas na Bíblia pertencem a pessoas e tempos especiais; não a nós. Jesus ressuscitou dos mortos e os apóstolos manejaram miraculosamente serpentes mortais sem dano algum; mas nós não podemos fazer estas coisas hoje.

O Que as Línguas Eram?


A palavra línguas, na Bíblia, significa idiomas. Falar em outras línguas (note o plural; a Escritura não está falando de algum idioma celestial) é a capacidade de pregar em idiomas estrangeiros sem ter estudado ou aprendido os mesmos (Atos 2:8-11). Os dons miraculosos do Espírito Santo capacitaram os apóstolos, em seus dias, a ensinarem pessoas de muitas nações. Você pode ver, então, como Paulo claramente disse que as línguas tinham um propósito evangelístico: “as línguas são um sinal, não para aqueles que crêem, mas para os incrédulos” (1 Coríntios 14:22).

Porque isto é verdade, um idioma não deve ser usado numa congregação que fala outro idioma. Aparte da interpretação, o falar em línguas estrangeiras não edifica. E o propósito principal de Paulo nestes capítulos é enfatizar que todos as coisas devem ser feitas para edificar (ou fortalecer) os outros - 1 Coríntios 14:26b. Usá-las na igreja era inadequado e inconveniente, visto que elas deviam ser interpretadas.

Porque as Línguas Cessaram?


Deus nunca intentou que o falar em línguas continuasse indefinidamente. Paulo expressamente escreveu: “as línguas cessarão” (1 Coríntios 13:8). O esforço evangelístico que estabeleceu a igreja primitiva em todo o mundo Mediterrâneo foi realizado sob a liderança dos apóstolos. Os ofícios apostólicos e proféticos eram revelatórios (Efésios 3:5). Isto é o mesmo que dizer que, durante o período no qual o Novo Testamento estava sendo escrito, ambos recebiam a verdade diretamente de Deus. Os apóstolos foram enviados com o evangelho, enquanto os profetas pareciam ter sido assistentes apostólicos. A revelação que eles receberam foi registrada nos livros que chamamos o Novo Testamento.

Não somente os dons miraculosos capacitaram os apóstolos a pregarem em muitos idiomas que eles não conheciam, mas estes dons também atestaram sua comissão apostólica (2 Coríntios 12:12), assim como os feitos miraculosos atestaram a obra evangelística de Jesus (Atos 2:2). Além do mais, pelos dons extraordinários, Deus confirmou os escritos dos apóstolos (Hebreus 2:2-4). Quando a escrita das Escrituras se completou, sua autoria não necessitava de confirmação adicional.

Foi somente durante o lançamento dos fundamentos da igreja que os dons miraculosos eram necessários. Os ofícios de apóstolo e profeta, sobre quem Deus depositou estes dons, cessaram quando este fundamento foi lançado. Isto é claro a partir de Efésios 2:20. Um fundamento é lançado somente no princípio; ele não se estende até às paredes ou ao texto!

Quando Paulo disse que os dons especiais eram “os sinais de um verdadeiro apóstolo” (2 Coríntios 12:12), ele certamente implicou que nem todos os cristãos os possuem. Era somente os apóstolos, e aqueles a quem eles transmitiram (Atos 19:6,7; Romanos 1:11), que possuíram estes dons.

Suponha que eu dissesse “Nossa igreja se reúne numa casa, no bloco 200, da Avenida Central - você não pode deixar de encontrar; simplesmente olhe para o sinal”. Mas, quando você chega, cada casa parece semelhante e todas têm sinais similares! Este sinal seria inútil; ele não mais seria um sinal. Se após o pentecoste judeu e o pentecoste gentio (Atos 2:10), quando o Espírito Santo veio diretamente, os dons eram mediados somente pelos apóstolos (Atos 8:17,18; 19:6,7), então, eles deveriam ser deveras um sinal dos verdadeiros apóstolos (2 Coríntios 12:12). Mas somente assim. Se alguém pudesse, de si mesmo, obter dons de Deus, aparte dos apóstolos, então, as línguas seriam um sinal para ajudar a identificar um verdadeiro apóstolo, tanto quanto os sinais na Avenida Central.

Não, os sinais e maravilhas pertenceram ao período fundacional da igreja - um período, presumidamente, que aqueles que ensinam outra coisa parecem não reconhecer (embora o próprio Paulo faça alusão a isso em Efésios 2:20). Eles não têm mais lugar na igreja hoje do que a continuação da escrita da Bíblia. Você pode assumir, portanto, que não importa quão bem intencionadas as pessoas que reivindicam o dom de línguas possam ser, elas têm enganado a si mesmas sobre o assunto. Não importa a sinceridade delas ou o “balbuciar celestial” que elas possam parecer falar.

Não busque, ore ou espere dons miraculosos hoje. Não há garantia para assim o fazer. Foque sua atenção, ao invés disso, nas Escrituras e nAquele de Quem elas falam. Nele (Jesus Cristo) somente, está o majestoso poder de Deus, depositado e demonstrado.

Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto

Fonte: www.igrejareformada.ca


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Comentários

Giorgio Barbosa disse…
Primeiro, quando irrompeu as líguas (Atos 2), não foram só aos apóstolos é que foi conferido este dom. Paulo escreve aos coríntios e lá não havia apóstolos, mas crentes comuns. Isso mostra que este dom não é dado apenas aos apóstolos como julga o autor deste artigo.
Como o senhor escreveu que o dom de falar em línguas estranhas é o dom de falar em outros idiomas, e, claro que nós não duvidamos do poder de DEus para realizar tamanha façanha,pois exatamente o que aconteceu em atos 2, eu gostaria que o senhor me respondesse com toda sinceridade e sem nenhum pré-conceito denominacional ou teológica: o que Paulo quis dizer por "ainda que eu falasse a língua dos homens ou falasse a LINGUA DOS ANJOS,sem amor eu nada seria". Não me responda que o enfoque principal aqui é o amor, pois todos nós sabemos. doar todos os meus bens, queimar o próprio corpo,falar vários idiomas e falar o idioma dos anjos,sem amor nada tem valor. não é possível que tudo que Ele relacionou como sendo sem importançia,uma vez que praticado sem amor, é literal, plausível, tal como: queimar o próprio corpo,doar todos os meus bens,falar vários idiomas ou línguas dos homens, somente o falar a língua dos anjos é algo simbolico e metafórico. com toda sinceridade, o senhor me responde?