O BATISMO INFANTIL - PARTE II: IGREJA COMO UMA INSTITUIÇÃO DIVINA


Todos os cristão admitem que as Escrituras ensinam que é da vontade de Deus que a igreja exista sobre a terra. A Palavra de Deus está repleta de deveres para que seu povo viva em comunhão. É da vontade de Deus que o seu povo não viva disperso, mas em associação, uns com os outros, em um corpo visível. Mesmo que o povo de Deus esteja espalhado por todo o mundo, é dever deles que se ajuntem, o quanto possível, em comunidades locais tornando-se desta forma, em pequenas comunidades.

A estas pequenas comunidades damos o nome de congregações, ou igrejas. São lugares onde o povo de Deus se reune periodicamente para serviços de culto público. Além de unirem-se em adoração, são unidos também na instrução e na propagação da verdade divina, no testemunho acerca de Deus em todas as épocas e em todas as partes do mundo.

O próprio Deus prescreveu as condições de membresia nesse corpo e ensinou quem deve ser admitido ou excluído de sua comunhão. Deus ainda estabeleceu oficiais e suas qualificações, prerrogativas e o método de governo que esses oficiais deveriam adotar para liderar a Sua igreja.

Portanto, a igreja é, simplesmente, a comunidade dos santos, ou seja, a comunidade dos que crêem e são santificados em Cristo, e que estão ligados a Ele, sendo Ele a sua Cabeça.

  • Cremos e confessamos uma só igreja católica ou universal. Ela é uma santa congregação e assembléia dos verdadeiros crentes em Cristo, que esperam toda a sua salvação de Jesus Cristo, lavados pelo sangue dEle, santificados e selados pelo Espírito Santo. (Confissão Belga, art. XXVII).

  • Que é a Igreja. A Igreja é a assembléia dos fiéis convocada ou reunida do mundo: é, direi, a comunhão de todos santos, isto é, dos que verdadeiramente conhecem, adoram corretamente e servem o verdadeiro Deus em Cristo, o Salvador, pela palavra e pelo Espírito Santo, e que, finalmente, participam, pela fé, de todos os benefícios gratuitamente oferecidos mediante Cristo. Cidadãos de uma comunidade. São todos eles cidadãos de uma só cidade, vivem sob o mesmo Senhor, sob as mesmas leis, e na mesma participação de todos os benefícios. O apóstolo os chamou “concidadãos dos santos, e... da família de Deus” (Ef 2.19), denominando “santos” os fiéis na terra (I Co 4.1), que são santificados pelo sangue do filho de Deus. (Segunda Confissão Helvética, cap. XVII).

  • A Igreja Católica ou Universal, que é invisível, consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas (Confissão de Fé de Westminster, cap. XXV).


O entendimento geral de igreja é que ela pode compreender o corpo completo dos eleitos, o número total daqueles que foram chamados por Deus (a isso chamamos de Igreja Invisível). Já a igreja visível, é a igreja aqui na terra e é considerada a comunidade dos santos. Não são duas igrejas, mas apenas uma. A Invisível compreende todos os eleitos (sem aumentar e sem subtrair), daqueles que já estão na glória, dos que estão vivos agora e daqueles que ainda nascerão. Já a Visível, compreende apenas os que estão vivos na terra.

A Igreja Invisivel é a Igreja como Deus a vê, uma igreja que só contém crentes, ao passo que a Igreja Visível é a igreja como o homem a vê, composta dos que professam a Jesus Cristo, juntamente com seus filhos (no caso dos batista isso não é verdade!). Na igreja visível pode conter (e contém) alguns que inda não foran regenerados, mas é a igreja que não pode tolerar o incrédulo declarado e o ímpio.

A igreja forma uma unidade espiritual da qual Cristo é o Chefe divino. É animado por um Espírito, o Espírito de Cristo. É a comunidade onde os membros recebem todas as bênçãos espirituais provenientes da obra de redenção operada por Cristo (Ef 1.3).

Cristo está unido à sua igreja. Ele é a Cabeça, enquanto a igreja é o Seu corpo. Daí dizemos que não há salvação fora da igreja, não igreja enquanto denominação, mas igreja como o corpo de Cristo. Não pode haver salvação fora de Cristo, a videira verdadeira. Quem não estiver na videira, não pode viver. Assim é com aqueles que não estão ligados ou unidos a Cristo (ver Ef. 2:19 e 3:15; Mat. 10:32-33; At. 2:47). Como muito bem afirma a Confissão de Fé de Westminster: "A igreja é o Reino do Senhor Jesus, a casa e família de Deus, fora da qual não há possibilidade ordinária de salvação" (art XXV, ver também Col. 1:13).

Os batistas podem até negar, mas não podem fugir da dificuldade. Se eles concordam que a igreja é o corpo de Cristo, se somente podem fazer parte deste corpo aqueles que têm condições de exercerem sua fé em Cristo, então o que se conclui?

As crianças, não estando em plena condições de esboçar sua fé em Cristo, não podem fazer parte da igreja, não podem fazer parte do corpo de Cristo. Não existe outra forma de incluir as crianças neste corpo. Não existe uma maneira especial de se tornar participante deste corpo, uma vez que é requerido o exercício da fé para participar da igreja de Cristo. Ou é a inocência que permite tal participação?

Portanto, se existir algum batista coerente, ele concluirá que não pode haver salvação para as crianças, visto que elas não podem exercer fé, logo não podem fazer parte da igreja. Elas estão fora de Cristo, estão fora da videira.


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