01 de Novembro de 2011 - Dia de Todos os Santos


S. Mat. 5,1-12

As bem-aventuranças: uma realidade outra a que se chama Reino de Deus. Ali, nada se perde, nem as lágrimas dos que choram, nem o sofrimento dos incompreendidos, nem a pequenez dos pobres de espírito. Ali, há outro modo de estar: exaltam-se os mansos, os misericordiosos e os limpos de coração, os que não são notícia. Só assim se compreende a santidade e aqueles, mesmo anónimos, que são santos. É um apelo de Jesus por uma vida que tem por base a dignidade humana. É uma ambiência em que o homem e a mulher – seres criados – se afirmam na mais estreita relação com o propósito do seu criador, não obstante as consequências. No fim, a exortação: “exultai e alegrai-vos”.

Porque será que quando se fala na festa de Todos-os-Santos as pessoas normalmente pensam nos Fiéis defuntos, a celebração dos mortos. Uma das razões pode ser a proximidade das datas – 1 e 2 de Novembro. E, no entanto, há uma diferença substancial entre as duas celebrações.

A festa de Todos-os-Santos é essencialmente uma celebração da Igreja e deve realizar-se na Igreja. Pressupõe a fé na ressurreição e no poder misericordioso de Deus manifesto na vida de homens e mulheres ao longo do tempo na Igreja. Constitui, portanto, a aceitação do mistério de Deus na nossa humanidade que nos transforma e nos marca para a comunhão dos santos, de que fazem parte os que “são dignos de se vestirem de branco e de estarem comigo” (Apoc. 3,4). Então, na festa de Todos-os-Santos participamos alegremente na felicidade dos santos e damos graças ao Pai pela salvação conseguida no sangue do Cordeiro, Jesus. Isto é, no dia de Todos-os-Santos não há lugar para saudades, antes, para a festa da fé redentora em Jesus Cristo pela vida de todos os que estão no céu junto do Pai.

A celebração dos Fieis Defuntos, por outro lado, é, pode dizer-se, uma expressão da sensibilidade humana, na lembrança e na saudade dos que partiram. Pode ser vivida por quem tenha ou não fé, no cemitério, pois basta ter alguém defunto.

Mas, os que vivem a graça de pertencerem a Jesus, ao celebrarem a festa de Todos-os-Santos, estão também a afirmar o seu destino pessoal na fé. Sim, poderão também ser parte da companhia dos santos no Céu um dia, se seguirem a Jesus como caminho de vida.


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